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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Relato de atividades desenvolvidas com alunos com deficiência que ilustrem práticas de inclusão escolar


Atendo uma criança em uma escola municipal que tem a Síndrome  VAN DER KNAPP, é surda e hiperativa.  Iniciamos o trabalho com a aluna quando ela tinha três anos, hoje ela está com cinco anos, precisou ser medicada para amenizar seu comportamento hiperativo. A evolução da aluna nesse período foi muito significativo à família e a toda comunidade escolar. Quando se fala de inclusão a aluna é a referencia na cidade. Referimos à cidade por ser pequena, com quase 3.000 habitantes e essa aluna é a única criança surda da cidade e é um lugar onde todos se conhecem.
No entanto, temos que destacar  dois trabalhos realizados na escola que foi fundamental para que essa criança se sentisse acolhida e literalmente incluída no ambiente escolar.
O primeiro trabalho a ser realizado no momento em que a recebemos  foi à preocupação de iniciar a introdução de uma língua já que ela não sabia nem o português nem a Libras, apenas tinha um tipo de comunicação com a mãe. Para nossa surpresa todos os primeiros sinais em LIBRAS que fora trabalhado nos primeiros atendimentos a aluna assimilou rapidamente seus significados e significantes e passou a demonstrar em outros contextos, fazendo uso dos sinais corretamente, aprendeu rapidamente o alfabeto digital e a toda oportunidade gostava de mostrar a letra com seu respectivo sinal, tudo isso  no primeiro mês de atendimento e com apenas três anos.  
Esse comportamento de interesse e de aprendizagem rápida da aluna nos motivou a ensinar também sua turminha de sala. Pensamos na necessidade de ensinar também seus amiguinhos, pois seriam eles que iriam se relacionar e acompanhá-la em uma grande parte de sua vida. E assim iniciamos o trabalho com a introdução da LIBRAS com a classe.  O interesse foi contagiante todos queriam saber mais, as palavrinhas trabalhadas eram pouco para eles. Para a aluna era uma alegria constante em perceber que aos amigos estavam aprendendo o mesmo que ela e que estavam usando para se comunicarem com ela e com a professora de LIBRAS. A partir de então, além de saciarmos o interesse da turminha diariamente, temos uma aula semanal de LIBRAS com a classe.
O segundo trabalho a ser destacado foi a divulgação da LIBRAS pela turminha da classe da aluna à toda escola.
A cada dia trabalhado no horário do lanche, hora da chegada e horário da saída os alunos brincavam em mostrar para os outros coleguinhas o que haviam aprendido em LIBRAS e assim as outras crianças também queriam saber como sinalizar determinados sinais para se comunicarem com a aluna surda. Então, resolvemos ensinar toda escola no período em que a aluna estuda no horário do lanche a oração e a música em LIBRAS. Esse é o horário de maior alegria para a aluna, ela canta, se movimenta e se encanta ao ver todos da escola rezando e cantando como ela.
Com esse trabalho a aluna está aprendendo a se comunicar com todos da escola em LIBRAS com naturalidade e sem preconceitos.

Para uma escola de Educação Infantil acredito que são as pequenas atitudes que representam grandes práticas de inclusão escolar e ao nosso olhar como especialista são pequenas as atitudes, mas  com certeza,  fazem a diferença de uma vida inteira. 

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