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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Brasileiro pode ser escolhido o melhor professor dos EUA



Na próxima terça-feira, o presidente Barack Obama vai anunciar quem é o melhor professor dos Estados Unidos. É o resultado de um concurso e entre os finalistas está um brasileiro; Alexandre Lopes ensina aos alunos muito mais do que somente ler e escrever.
O que faz de um professor especial? A maneira como é tratado pelos colegas? O jeito como é recebido pelos alunos? Ou o sonho de que é possível mudar o mundo através da educação?
“Eu quero dar aos meus alunos tudo aquilo que eles necessitam ou possam vir a necessitar para serem bem sucedidos na sociedade. Mas por que não também mudar um pouquinho a sociedade para fazer com que eles sejam mais bem aceitos?”, disse o professor Alexandre Lopes.
Alexandre ensina a crianças com diversos tipos de necessidade.
“Crianças com autismo, minorias raciais, minorias étnicas - e eu consigo com que todos eles tornem-se parte de uma comunidade”, afirma Alexandre.
O que os americanos se perguntam é como um brasileiro, que até pouco tempo era comissário de bordo, se tornou uma referência na educação dos Estados Unidos, ensinando crianças carentes no maternal.
“Eu utilizo a música na integração social dos meus alunos. Começando com eles desde pequenos, quando ainda não existe um preconceito, quando eles são abertos a tudo”, revela Alexandre.
Alexandre mora há oito anos em Carol City, uma cidade de 60mil habitantes, na Flórida.
Num canto da casa, o Alexandre reúne as duas grandes paixões da vida. A música - ele começou a tocar piano aos sete anos de idade - e os troféus que ganhou como professor.
Foi depois dos atentados de 11 de setembro que ele se tornou professor.
“Conversando com uma conselheira acadêmica, eu vim a saber sobre a educação especial. Acabei apaixonando-me pela matéria, pelo conteúdo da área”, disse.
Fez mestrado em educação especial. E ganhou uma bolsa de doutorado na Universidade de Miami. Aí, vieram os prêmios: o melhor professor da cidade, da região e não parou mais.
“Em junho do ano passado, eu soube que eu era o professor do ano da Flórida”, conta Alexandre.
A cada etapa, entrevistas, provas e observadores que acompanhavam o trabalho em sala de aula.
“E dos 54 representantes nacionais, eu vim a saber que eu era um dos quatro finalistas”, conta.
Os outros três são americanos, e todos professores do ensino médio.
“Acho que é a primeira vez na história desse título, dessa competição nacional, que um professor de maternal chega à final”, destaca.
O critério para a escolha do melhor professor dos Estados Unidos é simples: alguém que ajude a inspirar crianças de todas as origens, e tenha o respeito e admiração de colegas, alunos e pais.
No Brasil, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde mora a família de Alexandre, o clima já é de comemoração.
“Aqui ele virou o rei. Aqui na cidade. Ele foi criado com a gente, é nosso sangue. Tudo que a gente viveu... Tá vendo, estou emocionada. A gente vê a pessoa crescendo, saindo daqui e sendo tão maravilhoso”, conta a irmã de Alexandre, Andréa Lopes.
“Está todo mundo muito orgulhoso dele porque ele é fantástico. É maravilhoso”, disse a tia de Alexandre, Lucia Lora.
“Um brasileiro, que foi lá pra fora, e conseguiu chegar aonde ele está”, disse o irmão de Alexandre, Marcos Henrique. 
Alexandre aprendeu em casa as lições que hoje passa para os alunos.
“Eu sempre falei pros três: disciplina, honestidade e, tudo que você fizer, você faça o máximo que você puder”, conta o pai, Enir Lopes.
Inclusive os primeiros acordes no antigo piano.
“Apesar de estar muito orgulhoso, é muito importante que eu me lembre que não sou eu. É o meu trabalho, são os meus alunos. Em tudo aquilo que vai transformar essa criança num bom aluno e num bom cidadão, desde pequeno”, completa Alexandre.
Fonte: G1

domingo, 21 de abril de 2013

Deficientes intelectuais escrevem manual que promove a inclusão

Jovens autores do manual "Mude Seu Falar Que Eu Mudo Meu Ouvir" (Foto: Divulgação / Carpe Diem)Jovens autores do manual 'Mude seu falar que eu mudo meu ouvir' (Foto: Divulgação / Carpe Diem)
Ana, Carolina, Beatriz, Cláudio, Carol e Thiago possuem muitas características em comum: são jovens, sonhadores, estudam, trabalham e todos nasceram com três cromossomos 21. Sim, todos têm Síndrome de Down, mas nunca deixaram que este fato se tornasse um obstáculo. Pelo contrário, se há um pensamento que os une é o de que a autonomia é primordial para promover a inclusão. Prova disso é que, juntos, e com suporte da psicóloga Carolina Yuki Fujihira formataram o manual "Mude seu falar que eu mudo meu ouvir", o primeiro livro sobre acessibilidade e comunicação escrito por pessoas com deficiência intelectual.
O manual aborda questões sobre a deficiência intelectual (Foto: Divulgação / Carpe Diem)O manual destaca imagens e palavras conhecidas
facilitadores para uma comunicação mais eficaz
(Foto: Divulgação / Carpe Diem)
Idealizada pela Associação Carpe Diem e lançada em 2011, a edição aborda questões relacionadas ao cotidiano de pessoas com deficiência, provocando a ideia de que todos são capazes de realizarem qualquer atividade. “Fizemos encontros nos quais discutimos alguns assuntos e gravei tudo. Depois, transcrevi os depoimentos mais relevantes, exatamente do jeito que eles falaram, para que o leitor pudesse fazer parte deste diálogo, de igual para igual. É uma luta pela visibilidade”, comenta Carolina que também incluiu reflexões técnicas no manual.

Para que o jovem com trissomia 21 seja visto socialmente é preciso que a própria comunidade reveja seus hábitos. Uma das principais constatações do manual é que é necessário adaptar a comunicação e que o uso de imagens é um grande facilitador. “É preciso fazer uso de uma linguagem simples. O que não quer dizer chula ou infantilizada, mas adequada, com palavras mais comuns e conhecidas. Falar um de cada vez, de maneira pausada, é outro ponto para se observar”, explica Nancy Pereira, coordenadora do Setor de Psicologia da Carpe Diem.
Os autores reunidos na sede da ONU em Nova York, onde o manual também foi lançado em 2012 (Foto: Divulgação / Carpe Diem)Os autores reunidos na sede da ONU em Nova
York, onde o manual também foi lançado em 2012
(Foto: Divulgação / Carpe Diem)
Quem concorda com a opinião da psicóloga é a Carol Maia, uma das autoras do manual, que também esteve presente no lançamento do livro na Conferência da ONU no ano passado, em Nova York. “Foi um momento muito emocionante, é uma conquista muito grande! Estávamos todos lá, com representantes de vários países, foi uma experiência muito rica”, conta a jovem aprendiz de 25 anos que divide seu tempo entre minicursos profissionalizantes (informática, gestão de negócios, etc) e o estágio em uma biblioteca. “Tenho o maior orgulho de ter ajudado a escrever o manual, é uma maneira de quebrarmos as barreiras e pedir para que cada um abra seu coração para as diferenças. Saio com meus amigos, viajo, estudo, trabalho... Nós que temos Síndrome de Down somos capazes de tudo”.

domingo, 14 de abril de 2013