Na próxima terça-feira, o presidente Barack Obama vai anunciar quem é o melhor professor dos Estados Unidos. É o resultado de um concurso e entre os finalistas está um brasileiro; Alexandre Lopes ensina aos alunos muito mais do que somente ler e escrever.
O que faz de um professor especial? A maneira como é tratado pelos colegas? O jeito como é recebido pelos alunos? Ou o sonho de que é possível mudar o mundo através da educação?
“Eu quero dar aos meus alunos tudo aquilo que eles necessitam ou possam vir a necessitar para serem bem sucedidos na sociedade. Mas por que não também mudar um pouquinho a sociedade para fazer com que eles sejam mais bem aceitos?”, disse o professor Alexandre Lopes.
Alexandre ensina a crianças com diversos tipos de necessidade.
“Crianças com autismo, minorias raciais, minorias étnicas - e eu consigo com que todos eles tornem-se parte de uma comunidade”, afirma Alexandre.
O que os americanos se perguntam é como um brasileiro, que até pouco tempo era comissário de bordo, se tornou uma referência na educação dos Estados Unidos, ensinando crianças carentes no maternal.
“Eu utilizo a música na integração social dos meus alunos. Começando com eles desde pequenos, quando ainda não existe um preconceito, quando eles são abertos a tudo”, revela Alexandre.
Alexandre mora há oito anos em Carol City, uma cidade de 60mil habitantes, na Flórida.
Num canto da casa, o Alexandre reúne as duas grandes paixões da vida. A música - ele começou a tocar piano aos sete anos de idade - e os troféus que ganhou como professor.
Foi depois dos atentados de 11 de setembro que ele se tornou professor.
“Conversando com uma conselheira acadêmica, eu vim a saber sobre a educação especial. Acabei apaixonando-me pela matéria, pelo conteúdo da área”, disse.
Fez mestrado em educação especial. E ganhou uma bolsa de doutorado na Universidade de Miami. Aí, vieram os prêmios: o melhor professor da cidade, da região e não parou mais.
“Em junho do ano passado, eu soube que eu era o professor do ano da Flórida”, conta Alexandre.
A cada etapa, entrevistas, provas e observadores que acompanhavam o trabalho em sala de aula.
“E dos 54 representantes nacionais, eu vim a saber que eu era um dos quatro finalistas”, conta.
Os outros três são americanos, e todos professores do ensino médio.
“Acho que é a primeira vez na história desse título, dessa competição nacional, que um professor de maternal chega à final”, destaca.
O critério para a escolha do melhor professor dos Estados Unidos é simples: alguém que ajude a inspirar crianças de todas as origens, e tenha o respeito e admiração de colegas, alunos e pais.
No Brasil, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, onde mora a família de Alexandre, o clima já é de comemoração.
“Aqui ele virou o rei. Aqui na cidade. Ele foi criado com a gente, é nosso sangue. Tudo que a gente viveu... Tá vendo, estou emocionada. A gente vê a pessoa crescendo, saindo daqui e sendo tão maravilhoso”, conta a irmã de Alexandre, Andréa Lopes.
“Está todo mundo muito orgulhoso dele porque ele é fantástico. É maravilhoso”, disse a tia de Alexandre, Lucia Lora.
“Um brasileiro, que foi lá pra fora, e conseguiu chegar aonde ele está”, disse o irmão de Alexandre, Marcos Henrique.
Alexandre aprendeu em casa as lições que hoje passa para os alunos.
“Eu sempre falei pros três: disciplina, honestidade e, tudo que você fizer, você faça o máximo que você puder”, conta o pai, Enir Lopes.
Inclusive os primeiros acordes no antigo piano.
“Apesar de estar muito orgulhoso, é muito importante que eu me lembre que não sou eu. É o meu trabalho, são os meus alunos. Em tudo aquilo que vai transformar essa criança num bom aluno e num bom cidadão, desde pequeno”, completa Alexandre.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada por comentar